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Bibliografia utilizada na pesquisa para o Breve Histórico "Jaguariaíva 1823 à 1920"Memória

  • Rafael Jayme Pliessnig Stoekly
  • 28 de set. de 2017
  • 5 min de leitura

Jaguariaíva (Yaguar i aywa) de origem tupi-guarani significa Rio da Onça Brava (ruim). As terras dos cerrados dos campos de Jaguariaíva eram habitadas por índios coroados da família dos caingangues que em sua pronúncia Yaguariaywa se referiam à suçuarana que abitava a região em que se encontrava o rio de corredeiras, pedras, e vales.

A extensa região dos Campos Gerais era largamente habitada por povos indígenas da nação Caingangue, chamados Coroados pelos paulistas. Segundo Saint-Hilaire “os paulistas dão aos bugres vizinhos de Jaguariaíva o nome de Coroados porque, dizem eles que esses selvagens tinham o hábito de fazer no meio da cabeça uma tonsura a que, em português se chama coroa e que, além dos Coroados havia outras tribos na vizinhança de Jaguariaíva” (Axt, 2000 p, 03).

Jaguariaíva surgiu no histórico caminho de Viamão, por onde passavam a tropas até Sorocaba, e que em Jaguariaíva paravam para o descanso as margens do rio Jaguariaíva (Axt, 2000 p, 03).

O desenvolvimento do pouso de Jaguariaíva demorou, porém a fazenda pertencia a um personagem de grande prestígio político dentro e fora da Província de São Paulo o Coronel Luciano Carneiro Lobo, sendo o único homem nos Campos Gerais Paulista com livre trânsito no Paço Imperial (Axt, 2000 p, 04).

Com a morte de sua primeira esposa Dona Francisca Baena de Sá, em 10 de abril de 1806 na Vila de Castro, decide então mudar-se definitivo para a sede da Fazenda Jaguariaíva, contraiu núpcias com sua segunda esposa a menina Izabel Branco e Silva de apenas 14 anos no dia 08 de dezembro de 1810. (Axt, 2000 p, 04).

Com o grande envolvimento de tropeiros nas regiões dos campos de Jaguariaíva cria-se a Freguesia através de Alvará Régio assinada por D. Pedro I, no dia 15 de setembro de 1823. Em 12 de maio de 1842 morre o Coronel Luciano Carneiro Lobo deixando a herança para os 18 filhos sendo oito do primeiro matrimônio e oito do segundo, tendo também um filho bastardo com a senhora Maria Bueno de Lapa legitimado no cartório de Lapa em 30 de abril de 1831 e sua esposa dona Izabel Branco e Silva (Axt, 2000 p, 03 e p,04).

A lei número 2 de 26 de julho de 1854 deu início a Comarca de Castro a qual a freguesia de Jaguariaíva ficou pertencendo. Em 1863 foi construída no alto de uma colina nas terras doada por Izabel Branco e Silva a Capela do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria, onde encontrava-se a imagem de Jesus açoitado esperando o julgamento, imagem trazida por Coronel Carneiro Lobo de Portugal perpetuando na capela e tornando-se a base para a formação do futuro município de Jaguariaíva (Axt, 2000 p, 04).

No dia 17 de agosto de 1870 aos 75 anos de idade morre dona Izabel Branco e Silva fundadora de Jaguariaíva sendo sepultada no subsolo da Igreja do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria.

Investido de notável prestígio, o casal tinha o pensamento voltado para o fortalecimento político, econômico e social de Jaguariaíva. Neste contexto, foi construída uma ponte sobre o Rio Itararé, obra autorizada pelo Doutor Lucas de Andrade Monteiro Barros, presidente da Província de São Paulo. Em 15 de setembro de 1823 um Alvará Imperial eleva a fazenda Jaguariaíva à categoria de Freguesia e, no ano de 1828, liderados por Dona Isabel e o Coronel Lobo, a comunidade solicitou licença para a construção de uma capela, sob a invocação do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria, prontamente concedida por dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, Bispo de São Paulo. Em 12 de maio de 1842, morre o coronel Luciano Carneiro Lobo, sem ver a capela construída. Dona Isabel, mulher desprendida de vaidades e muito religiosa, dedicou-se à sua cidade, e construiu a capela no ano de 1863. Em 1866, doou por esmola ao Senhor Bom Jesus da Pedra Fria uma grande área de terras que hoje significa Jaguariaíva. Por ocasião da Guerra do Paraguai forneceu gado para o abastecimento das forças regionais e até da Guarda Nacional, tudo de forma gratuita. Dona Isabel, figura notável, morre em 17 de agosto de 1870 e é sepultada no subsolo do santuário (Axt, 2000 p,05).

A lei Provincial número 423 de 24 de abril de 1875 elevou a freguesia a categoria de Vila Jaguariaíva, já a lei Provincial número 585 de 16 de abril de 1880 criava a Comarca de Jaguariaíva. Mas dia 9 de dezembro de 1882 foi elaborada uma nova lei a de número 717 que revogava as duas leis anteriores voltando assim Jaguariaíva a sua condição primitiva (Axt, 2000 p, 03).

A lei estadual número 15 de 21 de maio de 1892 Jaguariaíva passou a condição de Município, sendo que a nova comarca veio intermédio da lei estadual número 674 em 19 de março de 1907 com sua instalação em 15 de abril do mesmo ano conforme o decreto estadual de número 76 de 26 de março de 1907 . A categoria de Município só foi promovida a categoria de cidade no dia 05 de maio de 1908 pela lei estadual número 811 (Axt, 2000 p, 03).

Chegando aproximadamente 3.800 habitantes, o primeiro passo para o progresso de Jaguariaíva e dos campos gerais do Paraná foi a chegada da ferrovia em 1908, mudando para sempre o quadro de desenvolvimento econômico da região, com a linha ferroviária de São Paulo Rio Grande, desenvolvendo uma segunda parte da cidade chamada cidade baixa, devido a construção de uma estação de madeira na região baixa da cidade. Em 1910 iniciava a construção da nova linha onde o ponto de origem era a cidade de Jaguariaíva e o término em Ourinhos no estado de São Paulo, originando diversas cidades do norte pioneiro do Paraná (Axt, 2000 p, 26).

Nesta perspectiva sobre a ferrovia, foram atraídos investimentos em Jaguariaíva, como os das indústrias Matarazzo, que lá se instalaram em 1920 e incrementaram a economia local instalando um parque fabril com um grande frigorífico. As indústrias, localizadas atrás da estação, direcionaram o centro comercial do município para esta localidade, compondo o espaço com hotéis, restaurantes, agências bancárias e até uma nova igreja, construída sob patrocínio do Conde Matarazzo, para atender a população que se formava nesta parte da cidade. Neste período a linha ferroviária de Jaguariaíva se constituía num importante entroncamento de ferrovias ligando o Estado do Paraná com outras regiões do Brasil (RFFSA, 1965 p 7).

Jaguariaíva aquele momento estava se tornando uma das mais importantes ligações ferroviárias do Paraná, pois a partir dali se tinha a ligação com São Paulo e toda região do sudeste paulista, com os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e Norte do Paraná (Ludwig & Frizzanco, 2006 p, 91).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BATISTA, Aline g.Martins Filho, jrf a construção da identidade social: memória, interação e institucionalização. In revista partes, são paulo novembro 2010

BRANDÃO, Angela “memórias” frigorífico das indústrias reúnidas Francisco Matarazzo em Jaguariaíva , Curitiba pndu 2000

PACHECO, Conceição Scaciota, a família Scaciota e o frigorífico Matarazzo, São Paulo 2011

AXT, José Jaguariaíva do tropeirismo aos dias atuais , Jaguariaíva 2000

Ludwig, Agustinho Argemiro, FRIZZANCO, Orlando, história de Jaguariaíva, volume I Jaguariaíva 2006

COUTO, Ronaldo Costa. Matarazzo: a travessia. São Paulo: planeta, 2004

COUTO, Ronaldo Costa. Matarazzo: o colosso. São Paulo: planeta, 2004

NOGUEIRA, Cleber Suckow; TRINDADE, Dorival Paula, A Visão Empreendedora no Processo de Sucessão O caso das Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo. Santos, 2010 http://www.faculdadedoguaruja.edu.br/revista/downloads/edicao72013/artigo09-a-visao-empreendedora-no-processo-de-sucessao-o-caso-das-industrias-reunidas-fabricas-matarazzo.pdf Acesso em: 04/06/2016

TORRES, Ana Paula – artigo a longa parábola dos Matarazzos disponível http://www.musibrasilnet.it/archivio/diciassette/matarazzo.htm Acesso em: 04/06/2016

RFFSA. monografia das unidades de produção 1965: 7-9.

 
 
 

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